terça-feira, 4 de novembro de 2014

Os Kaimurás



                                Os Kaimurás


           Os Kaimaiurás (também Camaiurás ou Kamayurás) compõem  uma etnia indígena brasileira. São habitantes do Parque do Xingu. Os Kaimaiurás pertencem ao grupo étnico e linguístico tupi-guarani, estando inseridos na zona cultural do Alto Xingu.
       
•LOCALIZAÇÃO
     Os Kaimaiurás encontravam-se em estágio final de sedentarização, assentados nas proximidades da lagoa de Ipavu, onde permanecem até hoje. A região, onde desembocam os principais afluentes da bacia do Xingu, possui espaço de destaque na cosmologia do grupo étnico.
                                                                                  
   
 O Parque Indígena do Xingu: criado em meados da década de 1960, constitui a localização de diversos grupos indígenas, entre os quais os Kaimaiurás.
     

Às margens da imensa lagoa natural, formada a partir da confluência entre os Kuluene e Xingu, situa-se a aldeia Kaimaiurá.
Obs: 
A aldeia Kaimaiurá: o contingente populacional dos Kaimaiurás concentra-se numa única aldeia.



•ORGANIZAÇÃO FÍSICA


       As estruturas habitacionais camaiurá possuem influências insignes do estilo arquitetônico alto xinguano, podendo atingir até trinta metros de extensão e dez metros de altura. Com uma estrutura de madeira e taquaras majoritariamente revestidas de sapê ou folhas de palmeira, as ocas gozam de estatuto coletivo, não apresentando quaisquer tipos de divisões internas.



    A estrutura habitacional (à direita) contrasta, pelo formato, com a casa das flautas (à esquerda). Frente a esta última, ergue-se uma palhoça improvisada, construída para a proteção do tronco de Quarup, em virtude das festividades de mesmo nome. Após o término da celebração, a estrutura é desmontada.

•ORGANIZAÇÃO SOCIAL 

      A aldeia Kamaiurá é formada por um conjunto de casas,  ocupadas por um grupo doméstico que é constituído de por irmãos homens, com primos paralelos e eventuais ascendentes. O líder desse grupo é o “dono da casa”, morerekwat, que coordena as atividades produtivas e outras tarefas cotidianas que contam com a participação de todas as famílias. As regras de residência definem que nos primeiros anos de casamento o marido deve residir na casa dos sogros, pagando em serviços pela concessão de sua filha. Cumprido esse período, o casal pode escolher nova residência, que em geral é a casa de origem do marido. Essa regra não se aplica aos donos de casa, ao líder da aldeia (morerekwaratuwiap) ou àqueles já casados com outra mulher. Nessas situações, desde o início a mulher passa a residir na casa do marido e o pagamento é feito através de bens.
    A formação da pessoa Kamaiurá implica na puberdade. No caso dos homens, passam a receber ensinamentos sobre as técnicas de trabalho masculino. O jovem aprende como costurar a pena na flecha, fazer pente, trançar cesta e fazer cocar. Paralelamente, é treinado regularmente na luta de huka-huka. A reclusão é tanto mais prolongada quanto maiores as responsabilidades sociais que deva assumir na comunidade (maiores os benefícios para o rapaz), de modo que possíveis líderes podem estender seu período de reclusão por até cinco anos, intercalados por curtos períodos de liberdade. Nos períodos de liberdade que intercalam o tempo de reclusão, os pais procuram evitar que o jovem tenha experiências sexuais, pois seu vigor pode ser comprometido. Os pais procuram adiar o início da vida sexual do filho até que ele tenha se tornado um bom lutador.
    Já a jovem entra em reclusão por ocasião de sua primeira menstruação, quando ela aprende a fazer esteira, tecer rede e a executar tarefas femininas no preparo dos alimentos. Sua reclusão não dura mais do que um ano, período no qual ela não corta os cabelos (ficando a franja crescida por sobre os olhos). Ao sair, com um novo nome, é considerada adulta e pronta para o casamento.

•RELIGIÃO

    1.  Espiritualidade:   Grande parte da tradição cosmológica dos indígenas Kaimaiurá orbita em torno de uma única deidade, conhecida como Mawutzinin. O ser, também creditado como o Demiurgo e primeiro ser humano a habitar a terra, que teria sido o responsável pela introdução da festa do Quarup, do uso dos arcos e do consumo de elementos importantes da dieta do povo. De modo semelhante, os indígenas kaimaiurás creem na existência de um tipo específico de potência abstrata, usualmente conhecida como mamaé. O mamaé, presente em diversas classes de seres ou objetos, consiste numa espécie invulgar de força espiritual, classificada, segundo sua natureza, como benéfica e generosa, ou, de maneira oposta, málevola e nociva em diversos níveis. Segundo a crença, a ingestão ou o contato prolongado com certa entidade de mamaé nocivo acarretaria ao indígena diversos males físicos, tratáveis, apenas, mediante a rituais xamânicos. Tal conceito, age como um dos principais agentes reguladores da dieta étnica do povo.





Índios camaiurás durante a festa do Quarup.


        2.  Vida pós-morte:   Independente de suas ações em vida, após a morte, as alma dos indivíduos seriam levadas a uma          aldeia celeste, réplica da aldeia terrena. Em morte, não seria necessário realizar qualquer tipo de trabalho, de modo que os indígenas sempre se apresentariam enfeitados, podendo dançar e comer a todo tempo. A alimentação deste plano, seria composta, por grilos e batatas, (ao invés do beiju e o peixe correntes entre os indígenas vivos). Contudo, embora quanto às atitudes humanas, o acesso a tal aldeia espiritual exigiria o enterro do defunto seguindo normas rígidas de pintura e acessórios, para que desta forma permanecesse por toda a eternidade. Periodicamente, pássaros malignos sobrevoariam a aldeia celeste, na tentativa de arrancar pedaços do corpo do indivíduo e levá-los a um gavião. Um pouco antes dos ritos fúnebres, os desfalecidos carregam  armas, de maneira que possam se defender. As almas desprovidas de armamento seriam mortas, selando sua existência.

LÍNGUA

    A língua original dos Kaimaiurás, o camaiurá, faz parte da família linguística tupi-guarani, apresentando grandes similaridades com o guarani e o tupi. Seu sistema vocálico, marcado pela diversidade e riqueza fonética, compõe-se seis vogais orais e correspondentes nasalizadas. Tais fonemas descreve-se a partir dos traços de nasalidade, posição, altura e arredondamento.
    O idioma, bastante caracterizado pela nasalização frequente, pelo uso de consoantes não sonoras e formação de palavras polissilábicas, é predominantemente aglutinante e, embora tenha uma origem ágrafa, um sistema de escrita semelhante ao português foi desenvolvido, possibilitando o registro escrito do Kaimaiurá.



•ALIMENTAÇÃO

    A alimentação tradicional dos Kaimaiurás relaciona-se, aos preceitos religiosos, em especial, quanto às regras que regem o consumo proteico. Segundo a crença corrente entre os indígenas, a ingestão de um animal de mamaé maligno traria infortúnios e males de diversas naturezas, tanto individualmente quanto para toda a aldeia.
Basicamente, alimentam-se de beiju e mingau, produzidos a partir da mandioca que cultivam nas dependências da aldeia, além de consumirem o tubérculo cozido e condimentado com pimenta. Ingerem, vários tipos de raízes comestíveis como a batata-doce e a taioba, grãos diversos e alguns colmos, além de frutas nativas da região. Os peixes perfazem a principal fonte de proteínas, embora possam  ser  substituídos por certos tipos de aves. O consumo de algumas espécies de insetos e larvas de besouro é bastante difundido e o mel de abelhas é igualmente apreciado, embora a sua dificuldade de obtenção o torne raro.





<-- BEIJU










<-- MEL                                                 




                        http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kamaiura       
                       http://pt.wikipedia.org/wiki/Camaiur%C3%A1s                           








                             

                                                             Trabalho por: MarianneP






13 comentários:

  1. Trabalho legal, mas esta faltando o nome de um dos participantes, o Mathias.

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  2. Ótimo tratamento de dados e informações. Fizeram uma excelente pesquisa e redação. Parabéns!

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  3. Achei muito bom, a comida e a religião no texto ficou muito bem trabalhada por que no filme não entrava nos detalhes da comida ou religião indígena, Bom trabalho.
    Paloma-Lys S.R

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  4. Ótimo nada a falar. As 'ações' secundarias estão muito bem trabalhadas pois não tem no filme.
    Marcos e Alexandre

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  5. Gostamos muito da foto sobre a localização, falar das comidas, do que eles produzam...
    Gostamos foi um bom trabalho bem completo
    Léna e Gaëlle

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  9. interesente e bem completo #romain #nadddddeeer

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  10. Não deu pra entender o que você escreveu. Texto muito longo e depois que você começa a ler fica cansativo.Imagens sem nexo com o texto. Não gostei achei que algumas informações não são muito importante e não distacou as coisas interessantes sobre a tribo.

    mh e hugo

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  11. Gostamos muito do trabalho. Podemos entender todo muito bem e tem muita informação bem interessante. As imagens são boas e correspondem bem com o texto.
    Chloé a / Clara

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  12. VADIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA JAMELUDA NEM O SATANAS QUER COME VUCE

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